segunda-feira, 19 de abril de 2010

TEOLOGIA DA CULTURA

O teólogo alemão Paul Tillich representa um dos grandes nomes do pensamento moderno. Sua contribuição acadêmica não se restringiu apenas ao âmbito religioso, mas perpassou outros ambientes até ser considerado um dos excelentes e influentes pensadores do século XX. Uma de suas contribuições mais relevantes foi o desenvolvimento da Teologia da Cultura, que possibilitaria um diálogo entre Teologia e Cultura Geral. Tillich percebeu que as produções culturais revelavam um anseio e questionamento humano frente ao verdadeiro sentido da existência. Esses anseios também poderiam ser caracterizados como religiosos, pois estão relacionados à busca da origem de tudo, o sentido último da realidade. Esta característica “aproxima” a cultura do espírito religioso, visto que a religião em Tillich é o estado do ser humano quando tocado pelo anseio de compreender o sentido de sua própria existência. Em outras palavras, a cultura é substancialmente religiosa pelo fato de possuir em seu fundamento uma preocupação última assim como a religião.

Partindo desse pressuposto, a idéia de uma Teologia da Cultura passa a ser possível, visto que o campo hermenêutico não está mais restrito a religião ou a manifestações exclusivamente religiosas, mas é ampliado a qualquer manifestação humana legítima, ainda que não sustente o título de “sacra” ou religiosa. Obviamente, uma das manifestações culturais mais expressivas é a arte, o que faz dessa esfera um campo religioso rico, capaz de abrir espaço para uma relação entre cultura e teologia. Através do pensamento tillichiano, podemos considerar que o dualismo simplista entre arte secular e religiosa não é tão óbvio quanto à carga da tradição fez parecer por muito tempo em alguns ambientes religiosos, em especial no contexto evangélico brasileiro. O distanciamento de alguns grupos religiosos das produções artísticas populares e seus respectivos autores é um fato. Quando a arte não obedece a um padrão religioso que condiz com aquele que já está estabelecido como certo, logo é taxado por estes grupos como inconveniente, pecaminoso ou até demoníaco.
A questão é se existe a possibilidade da teologia dialogar com a arte a ponto de se beneficiar dela como fonte de inspiração diante do sagrado, ainda que ela não se proponha explicitamente a isso. Seria possível a partir de um aparato teológico sério criar uma aproximação saudável do indivíduo religioso com a comumente denominada “arte secular” ou “arte do mundo”? É possível conceber a idéia de que não é só a arte sacra que tem o poder de elevar o ser humano a um encontro com o sagrado?
Por causa destes questionamentos e outros, o teólogo Paul Tillich deve ser considerado nas discussões sobre arte e fé cristã.

domingo, 18 de abril de 2010

Harold M. Best

Há uma grande diferença entre sua arte, sobre a qual se espera que você possa ministrar, e o Senhor, de quem se espera que ministre enquanto você faz sua arte. Uma vez que isso é compreendido, a arte se torna plena em si mesma, em vez de ser moldada de acordo com o que pensamos que irá ministrar. Aquela é liberdade, enquanto esta é, frequentemente, não mais que pesquisa de mercado sentimentalista, aspergida com água benta.

Harold M. Best

H. R. Rookmakker

Quando Deus criou a arte, deu a ela um lugar no mundo, ao quel chamou de bom. A arte existe porque Deus quis que existisse. Ela tem função e significados próprios.

H. R. Rookmakker

Arte em Foco

A arte cristã primitiva nasceu nas catacumbas, produzidas por pessoas simples que em forma de representações toscas produziam sua arte em forma de símbolos cristãos como a Cruz - símbolo do sacrifício de Cristo; a palma - símbolo do martírio; a âncora - símbolo da salvação; e o peixe - o símbolo preferido dos artistas cristãos, pois as letras da palavra "peixe", em grego (ichtys), coincidiam com a letra inicial de cada uma das palavras da expressão lesous Chrastos, Theou Yios, Soter, que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador". Das catacumbas do medo e da perseguição a arte cristã, por volta de 390 e 400d.C, foi para os interiores das catedrais, ornamentando as paredes com pinturas e mosaicos que ensinavam os mistérios da fé aos novos cristãos e contribuíam para o aprimoramento de sua espiritualidade. Os cristãos, de maneira alguma, podem alhear-se da literatura, da arte, dos meios de representação artística com argumentos que estes poderão os afastar da herança cultural de sua fé. Como negligenciar o legado artístico que os cristãos de outros tempos deixaram através de valiosíssimas obras de arte, literárias ou plásticas, exprimindo a essência de sua fé. Como, os cristão de hoje, podem se furtar disso. Não perdemos as capacidades naturais, por sermos crentes, não há porque reprimir a arte. Nosso fórum pretende retirar a arte das catacumbas do medo, da alienação, dos preconceitos e trazer para o foco de uma agradável discussão e compartilhamento. Retirar do interior do coração de pessoas criativas e talentosas, pessoas de profunda fé cristã e colocar a ARTE EM FOCO.

Pr. Eliandro Viana